É com profundo pesar que informamos o falecimento do renomado xilogravurista pernambucano José Francisco Borges, artisticamente conhecido como J. Borges, aos 88 anos nesta sexta-feira (26).
Nascido em 1935 na cidade de Bezerros, no interior de Pernambuco, J. Borges se destacou como um dos mais famosos xilógrafos do estado. Desde cedo, com apenas oito anos, José Francisco já trabalhava na terra ao lado do pai e, aos dez anos, fabricava e vendia colheres de pau na feira. Sua trajetória de vida é marcada por múltiplas habilidades: foi oleiro, artesão de brinquedos e vendedor de livros de cordel. Aos 29 anos, decidiu escrever cordéis, estreando com “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, ilustrado por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses.
J. Borges recebeu inúmeras honrarias, incluindo a comenda da Ordem do Mérito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos 13 artistas selecionados para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas, com sua xilogravura “A Vida na Floresta” abrindo o ano. Em 2006, foi tema de uma reportagem no The New York Times, e o escritor Ariano Suassuna o considerava o melhor gravador popular do Nordeste.
A União Nacional dos Conselhos Municipais da Educação de Pernambuco (UNCME-PE) expressa suas mais sinceras condolências à família, amigos e admiradores de J. Borges, cuja obra e legado continuarão a inspirar gerações. Que sua alma descanse em paz.